O conceito que já é famoso nas escolas também faz suas vítimas dentro das companhias. Por isso, hoje mostraremos como ele acontece e se há diferença entre o bullying e o assédio moral.
O que é, como reconhecer, como denunciar, como lidar com isso?
Acho que para fazer personagem teremos que ver alguma empresa que tem programa de combate ao preconceito seja ele qual for – mulher, homossexual, obeso, racial, etc. O conceito de “Bullying”, inicialmente restrito ao ambiente escolar, referencia o comportamento agressivo de alguns alunos que intencionalmente ridicularizam outros alunos através de comentários maldosos, apelidos ou gracinhas.
Essas atitudes visavam denegri-lo ou provocar sofrimento e cada vez mais é percebido e combatido dentro dos ambientes empresariais. No ambiente corporativo, o assunto é tratado como assédio moral. Porém, em ambos o que se perceber é uma relação doentia por parte de quem a pratica com o poder.
Também o que se percebe em relação ao assédio moral é que, de fato, existe uma diferença hierárquica em quem o pratica, o que sinalizaria realmente um abuso em virtude dessa “superioridade”. Com essa visão, é verdadeiro dizer que no caso do Bullying, na maior parte das vezes as agressões provêm de relações dentro do mesmo nível, por exemplo, de aluno para aluno. Em contrapartida, o assédio moral na maior parte das vezes ocorre entre superior e subordinado.
Não importa o contexto, acadêmico ou corporativo, trata-se de pessoas com muita dificuldade de serem empáticas, de se colocar no lugar do outro, e através desse movimento, avaliar impactos e sofrimentos que sua ação irá provocar. Quando são capazes de fazê-lo, o que se percebe é que são frutos de famílias desestruturadas ou com uma visão distorcida de alguns valores. Valores esses que podem torná-los muito tolerantes em relação a limites não respeitados.
Algumas pesquisas destacam a grande probabilidade de crianças e adolescentes que praticavam o Bullying na vida escolar, vir a praticar diferentes tipos de assédio ao longo da vida. Isso nos leva a concluir que todo o processo de análise e entendimento do comportamento antissocial começa na infância.
Pais com relações distorcidas no que diz respeito à seus papéis de educar, prover afeto e sustento, tendem a negligenciar também os limites importantes que não estão sendo respeitados ao longo da sua formação enquanto indivíduo. Acabam, muitas vezes sem perceber, formando pessoas com valores não sustentáveis e com comportamentos violentos.
Os alvos são sempre os mesmos. Na maior parte das vezes pessoas com um comportamento mais retraído, mais passivo e com dificuldades para exteriorizar para o meio o abuso do qual vem sendo vítima. É essa dificuldade que potencializa o sentimento de poder em quem o pratica.
O agressor comete o abuso, a vítima se recolhe em sofrimento e o agressor se sente vitorioso.
Como reconhecer e como lidar:
Para diminuir e combater essa violência é necessário uma atuação mais forte de escolas e das organizações. Criar regras específicas para casos de bullying e de assédio moral, além de políticas que tragam clareza quanto aos impactos e consequências que sua prática poderá trazer.
Os profissionais têm que buscar maneiras de resolver os conflitos adequadamente, sem gerar nos envolvidos mais raiva e violência. Nas empresas, é fundamental que o empregado se sinta seguro para expressar suas necessidades, medos e angústias.
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